Canudos, copos e talheres: como ter uma vida menos “plástica”

Produtos para além da moda. Essa é a intenção de ter novos hábitos para uma vida e um planeta mais sustentável

Não há dúvidas de que um dos, e se não o maior problema ambiental atualmente, é a quantidade de resíduos gerados pela população, e que, além disso, não há um reaproveitamento adequado desses materiais. Anualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de resíduos sólidos ultrapassa o número de 78,3 milhões de toneladas, e destes equivalentes 10,5 milhões são de plástico. Uma consequência grave desse alto consumo e descarte incorreto é o aumento dos lixões. Em levantamento feito pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), do total das 78 milhões de toneladas de lixo gerados por ano, 41,5% tem como destino final os lixões. Além disso, um dado ainda mais alarmante é que hoje no Brasil existem quase 3000 lixões.  Em contraponto, os aterros sanitários são apenas 680.

Analisando dados como esse, e também projetos de lei que proíbem a utilização de canudos plásticos, algumas empresas passaram a agir dentro de um possível mercado em potencial de crescimento. Mas claro, em sua maioria são empresas com características inteligentes e que buscam a sustentabilidade desde o seu processo de concepção de produto até a maneira como incentivam o seu consumo.

Um desses itens, e se não o mais difundido até o momento, é o canudo. Hoje já existem algumas opções de canudos produzidos em outros materiais: vidro, inox, aço, bambu e biodegradáveis. Em Balneário Camboriú, o artista plástico Reiner Wolff, que já trabalha com alumínio e madeira na criação de suas obras, há alguns anos havia feito um canudo. “Com o aumento da consciência ecológica e os apelos de proibição de canudos de plástico reformulei, redesenhei o modelo para ser mais agradável e fácil de limpar”. O artista conta que sempre tentou evitar o desperdício e usar de materiais sustentáveis ou reaproveitados em suas obras, e hoje conta que a aceitação dos canudos está sendo positiva, mesmo que no início houve a necessidade de ir atrás de mais itens além do canudo, como a escova de limpeza interna e uma embalagem para carregar na bolsa.

Junto a isso, utilizar outros itens em um mesmo kit vai facilitar na busca por se manter sustentável, como incluir talheres reutilizáveis e guardanapos de pano. A empresa Paz em Gaia tem uma série de produtos do bem, ou como o slogan diz, “Para um mundo melhor”. Um desses itens são os talheres, com opção de bambu e aço inox. Outro item para compor esse kit é o copo. A empresa “Menos 1 lixo”, que surgiu de um desafio pessoal da sua idealizadora, Fe Cortez, tem hoje um copo que além de servir líquidos faz parte de um movimento de manifesto:

“O copo foi idealizado a partir do impacto positivo que ele dispõe, já que representa muito mais do que a geração de menos um lixo. O copo do Menos 1 Lixo é um agente de transformação de comportamento, porque permite a atenção para outros lixos que geramos diariamente. Ele é responsável por um empoderamento individual capaz de desenvolver a consciência ambiental suficiente pra gente entender que podemos mudar o mundo, sim!”

Observando a preocupação com a sustentabilidade no mundo atualmente, e que será refletida em um futuro próximo, Diana Dornelles, especialista em Marketing Criativo, é mãe e conta que uma das atitudes que tem para educar sua filha de 5 anos de maneira sustentável é a conversa. “Se compramos algo pra ela, não embalamos. Isso com o consenso dela. Juntamos lixo na rua e colocamos nas lixeiras, tentamos consumir o mínimo possível de plástico. Acho que reciclamos pouco porque nosso prédio não tem onde colocar lixo reciclável, e na rua que moramos também não passa coleta seletiva”.

Em São Paulo, há 11 anos há uma lei que diz que todo condomínio com 50 unidades ou mais precisa fazer a separação do lixo reciclável. Aqui em Balneário Camboriú, segundo matéria publicada no Página3, há uma iniciativa de projeto piloto no Bairro Vila Real, de um sistema de coleta mecanizada. Um dos pontos de mudança na atual coleta é que os moradores devem levar seus lixos em um coletor, e um caminhão passa para retirar, e não mais o caminhão de porta em porta como antes. Leia essa matéria completa aqui.

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