Ponte pênsil de Barra Velha será interditada novamente

Estrutura passará por reforma a partir de junho e deverá ficar fechada de 20 a 30 dias

Está prevista para o início de junho uma nova interdição na ponte pênsil de Barra Velha. O motivo é uma troca nos cabos de aço e reforma na estrutura da ponte, que, em abril, passou por reparos no assoalho, após ter sido interditada pela Defesa Civil do município. A nova interdição será necessária para garantir a segurança dos usuários e dos trabalhadores, explica Dorvalino Joaquim da Silva, supervisor de obras do Grupo Irineu Imóveis, responsável pela manutenção. Ele espera concluir o trabalho em 20 ou 30 dias. A reforma deve custar aproximadamente R$ 25 mil.

Localizada a cerca de 4 km do centro da cidade, no bairro Quinta dos Açorianos, a ponte foi construída na década de 90 com recursos do Grupo Irineu Imóveis, através da Empretur Empreendimentos Turísticos e Imobiliários. Ela foi repassada à prefeitura de Barra Velha como compensação tributária pelo IPTU dos terrenos da empresa em 2001. Na época, a construção foi realizada para atrair turistas e moradores para o bairro, que até então era pouco habitado.  

Ponto de atendimento da imobiliária (Foto: Ana Baticini)

A ponte, construída sobre a Lagoa de Barra Velha, liga o loteamento Quinta dos Açorianos à Praia da Península e foi uma solução para a mobilidade urbana do bairro. “Antes da ponte, as pessoas só conseguiam chegar à praia indo até o centro ou atravessando a lagoa”, conta Dorvalino.

Elton Cunha, coordenador da Defesa Civil Municipal, e responsável pela última interdição do local, considera os pilares o ponto mais crítico da estrutura, mas aguarda a reforma prometida pela empresa. Apesar disso, ele afirma que, em condições adequadas de uso, não há risco de um colapso. A ponte tem capacidade máxima para 30 pessoas, mas nenhum controle de acesso é feito, por isso, ele ressalta que é preciso bom senso por parte da população, pois é impossível fazer fiscalização contínua no local.

O uso inadequado, aliado às condições climáticas, é o que mais causa danos à estrutura. Elton conta que, principalmente aos finais de semana, é possível presenciar cenas preocupantes, como crianças usando a ponte de pêndulo. Para ele não há respeito pelo bem público e falta interesse da população e da Prefeitura em preservar o ponto turístico. “Dias atrás, eu estava lá, quando dois turistas alemães visitavam o local e havia fraldas descartáveis jogadas na beira da lagoa. Fiquei com muita vergonha”, relata.

Placa indica a capacidade máxima da ponte (Foto: Ana Baticini)

Osmarina Andrade, 45 anos, é moradora de Joinville, Santa Catarina, mas tem uma casa próxima à ponte. Ela considera a estrutura segura e lembra que, há alguns dias, tábuas estavam soltas e já foram consertadas, mas falta iluminação, o que torna o local mais perigoso à noite.

Mesmo com as manutenções realizadas, é possível observar a ação de vândalos no local. O trapiche ao lado da ponte teve ripas de madeira arrancadas por moradores de rua e turistas, que usam a madeira para fazer churrasco e fogueira, como afirmam Dorvalino e Elton. Os tambores que sustentam a estrutura flutuante também são furados e retirados.

A precariedade da estrutura parece não assustar a família de Osmarina que atravessou com tranquilidade o trapiche (Foto: Ana Baticini)

Ainda assim, a ponte e a paisagem atraem e encantam muitos turistas, como Ulisses Dana, 68 anos, morador de Jaraguá do Sul. “É a primeira vez que venho aqui, mas estou encantado com a beleza do lugar”.  Ele e um grupo de cerca de 50 ciclistas estavam passando pelo local como parte do “Desafio Barra Velha”, um circuito de 144 quilômetros que percorriam desde Jaraguá, e aos poucos, conforme a capacidade, fizeram a travessia em direção à praia.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.