Curso de extensão da Univali direcionado para pessoas com mais de 40 anos existe desde o ano 2000
O Univida, curso superior de extensão Universidade da Vida, iniciou em 2000 na Universidade do Vale do Itajaí – Univali. Desde 1996, eram realizadas diferentes atividades na universidade voltadas para qualidade de vida da terceira idade, mas sem uma perspectiva de curso superior. Com o projeto do Governo Federal de inserir os idosos no ensino superior, surgiram as universidades para a terceira idade.
O curso é direcionado para pessoas acima de 40 anos que buscam redefinir suas vidas através do aprendizado, empoderamento e descobertas. Com duração de um ano, dois períodos, possui disciplinas de diferentes áreas do conhecimento, como nutrição, psicologia, turismo, empreendedorismo e cidadania.

A professora de Psicologia Katia Simone Ploner, que coordenou o Univida do seu início até 2018, afirma que o curso a possibilitou ver de outra forma o envelhecimento, além de proporcionar uma realização pessoal e profissional, aprendizados e muitas amizades. A bolsista do projeto Gabriela Kandini, aluna do oitavo período de Enfermagem, que lida muito com doenças e idosos doentes, encontrou no Univida pessoas completamente saudáveis, que viajam, tem uma vida ativa e são atualizados, o que fez mudar a sua ideia sobre os idosos.

Os encontros ocorrem todas terças e quintas-feiras das 14h às 17h, quando as aulas são teóricas, no bloco B6 da Univali Campus Itajaí, salas 105 e 106. As aulas práticas são realizadas em diferentes locais, conforme a necessidade da área discutida, como nos laboratórios de odontologia, fotografia e gastronomia.
A professora de Enfermagem Maria Denise Mezari Giordi, atual coordenadora e professora do Univida, está acostumada a lidar com idosos vulneráveis e quando está em contato com os alunos do projeto, que são ativos e cheios de energia, ela se sente velha. “Uma nova forma de ver o processo do envelhecimento”. Essa é a lição que a coordenadora vai levar para sua vida.
Depois de muitas reivindicações dos alunos, em 2010 foi lançado o Univida 2, como se fosse uma pós-graduação, mas sem tempo determinado de duração. A grade curricular é diferente e mais maleável, abordando temas conforme a necessidade, curiosidade e interesse dos alunos. As alunas do Univida 1 já fazem planos para continuar sua trajetória no Univida 2.
O curso conta com 40 alunas, todas mulheres com idade entre 56 e 83 anos. Algumas não completaram o segundo grau e outras têm graduação. As diferenças de idade e escolaridade são deixadas de lado para dar lugar a inclusão e ajuda em determinadas atividades. As aulas proporcionam aprendizado, mas também a criação de laços de amizade e suporte nos momentos difíceis.
Muitas das alunas conhecem o projeto por meio das famílias, que as incentivam a passar o tempo estudando. Maria Nilce Borba, 82, ficou viúva recentemente e para preencher seu tempo resolveu participar do Univida. “Foi a melhor coisa que poderia escolher”. Para Ângela Gervase, 59, todos os momentos que têm no curso são bons, desde os passeios, intervalos, conversas e até as aulas.
Para Katia Ploner, os benefícios que o Univida proporciona são diversos, como melhora na cognição, expressão da linguagem, autoconhecimento e promoção da saúde. Maria Giordi conta que a timidez inicial das alunas foi substituída por criações de laços de amizades. Uma situação que a marcou foi quando uma senhorinha chegou deprimida no curso e suas colegas de sala a incluíram nas atividades, levaram ela ao cabeleireiro e melhoraram sua autoestima, mostrando que o Univida não é só um curso de educação, mas também de solidariedade, empatia e amizade.