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“Se criou uma polarização tão grande, uma personificação, a imprensa como inimiga”, afirma repórter agredida

Acadêmica de jornalismo Bárbara Benetti entrevistou a repórter Bárbara Barbosa sobre as dificuldades de trabalhar em meio a uma crise sanitária

Já no início da pandemia, de 1º de março a 21 de abril, jornalistas latino-americanos foram atacados ao menos 87 vezes. É isso que mostra um levantamento realizado pela rede Voces del Sur em 8 dos 21 países que integram a região. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) – que participa do projeto – mostrou que o Brasil teve 24 violações , ficando atrás somente da Venezuela, com 36.

Dessas violações constitucionais, 13 delas foram agressões e ataques a profissionais da imprensa, 9 discursos estigmatizantes e 2 assédios virtuais. O mais curioso, no entanto, é de onde se originaram esses ataques. Oito dos discursos vieram diretamente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e 1 do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta. Já os assédios virtuais foram feitos pelo pastor Silas Malafaia e pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP).

Bárbara Barbosa, repórter da NSC TV de Florianópolis, foi uma das vítimas de agressões a profissionais da imprensa agora em novembro, após 8 meses do primeiro caso de coronavírus aqui no Brasil. Provavelmente, será um dos jornalistas que irá contabilizar em estatísticas futuras de números que mostram cada vez mais esse momento que estamos vivendo: o do descrédito do jornalismo.

Na segunda-feira, dia 2 de novembro, feriado de Finados, quando diversos turistas vieram para praias da região, a repórter foi, junto ao cinegrafista Renato Soder, fazer uma reportagem na praia do Campeche, em Florianópolis, quando ambos foram agredidos. O intuito da matéria era justamente mostrar o desrespeito ao decreto estadual que proíbe a permanência de pessoas na faixa de areia.

Os profissionais foram cercados por pessoas (veja o vídeo) que, de forma grosseira, pediam para não serem filmadas. Em certo ponto, alguns que estavam no local pegaram o celular da jornalista, que estava registrando a agressão em vídeo. Além disso, foram feitas ameaças de quebrar o equipamento da equipe, assim como à integridade de Bárbara, caso publicasse os vídeos em seu celular.

Na entrevista que concedeu à acadêmica Bárbara Benetti, a repórter falou sobre a agressão, mas também sobre os outros diversos desafios de se trabalhar com cobertura jornalística em meio a uma crise sanitária e deu dicas para os futuros profissionais na área.

Confira o papo na íntegra:

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