“Olhares, recortes”: exposição de fotos permanente no campus da Univali

A Galeria de Arte da Univali criou o projeto “Olhares, recortes”, uma exposição permanente no campus de Itajaí. Os professores Lucas Correia e Luciana Knabben estão à frente do processo de criação e organização, que começou em agosto de 2022. Agora, a exposição está sendo finalizada para o evento de abertura, no dia 28 de março.
O projeto vai ocupar os espaços da Unidade de Saúde Familiar e Comunitária, no bloco F7. O objetivo é deixar o ambiente mais humanizado, com fotografias artísticas impressas em painéis. Alunos, professores e egressos do curso de fotografia da Univali foram convidados a tirar fotos com o tema “vida” e, após o envio, as imagens foram selecionadas e enviadas para a impressão.
Para a estudante de fotografia Lorena Cabral, uma das participantes, o projeto tem muito significado. A aluna disse que seu pai ficou internado no hospital, e através das chamadas de vídeo, ela via que o ambiente “era muito solitário, triste, e frio”. Ainda, comentou que sua irmã, estudante de medicina, confirma a situação. Como é uma correria muito grande dentro dos hospitais, falta um pouco de afetividade por parte dos profissionais, e o local ser frio não ajuda. O ambulatório da Univali também pode ser incluído na descrição.
“Muita gente vai lá e, às vezes, só quer respirar fundo, ver um pouco de esperança, cor e alegria. Eu espero muito que esse projeto traga isso para as pessoas, um respiro e um pouco de calor naquele ambiente tão frio e tão pesado”.
Abertura da exposição
Durante a semana, a finalização do projeto está a todo o vapor, e algumas fotos já estão expostas no bloco. A abertura da exposição vai ser no dia 28 de março, às 16h, na Unidade de Saúde Familiar e Comunitária/USFC – bloco F7. A participação do músico harpista Dario Andino está confirmada.
O projeto conta com fotografias de: Alvaro Galrão, Ana Luiza Floriano, Davi Berndt, Fernanda Amaral, Flávia Kelle Maria Cardoso, Helia Del Carmen Farias Espinoza, Karine Gerlach, Lara Peramo, Larissa da Silva Barbosa, Lorena Cabral, Lucas Correia, Magrú Floriano, Maria Eduarda Ribeiro, Nestor Varela e Sarah Uriarte.
Benefícios da arte nos ambientes hospitalares
A arte tem a capacidade de diminuir o estresse e a tensão, melhorar a concentração, e trazer emoções e memórias do cotidiano ao espaço. É capaz de proporcionar para o indivíduo um crescimento saudável e enriquecedor de diversas formas. Sua presença nos hospitais pode até mesmo ajudar na estabilização de doenças crônicas, além de dar vida ao ambiente.
A publicação realizada para divulgar a abertura do projeto “Olhares, recortes”, diz: “A saúde mental deve estar em consonância com a saúde do corpo físico”, e a arte auxilia nesse processo.
No Brasil, foi a médica e psiquiatra Nise da Silveira que revolucionou os modos de tratamento nos centros psiquiátricos e comunidades terapêuticas. Ela mostrou que a arteterapia pode ajudar no tratamento de pacientes de forma eficaz e respeitosa. O uso da arte como recurso que promove bem estar mental, físico e social pode ser aplicado para adultos, idosos e crianças.

Não são apenas as pinturas e fotografias no ambiente que fazem parte da arteterapia, até porque o mundo da arte é bastante diversificado. Dança, musicalização, jogos, hora da história e teatro são atividades realizadas com os pacientes.
Segundo o portal Hospitais Brasil, a arteterapia tem o objetivo de trazer bem estar às pessoas, e utiliza a criatividade como forma de reconhecimento e controle de emoções, sentimentos e situações cognitivas mesmo no contexto hospitalar. Outros benefícios são a exploração do campo imaginário do paciente, e o estímulo de atenção.
Diante dessas informações, o projeto realizado é de extrema importância e empatia, visto que os participantes entendem a necessidade de ajudar, de alguma forma, os pacientes do ambulatório a se sentirem um pouco mais acolhidos no local.