Pintaram um alvo na testa dos jornalistas, colocando a imprensa como inimiga da pátria
A afirmação é do jornalista Leandro Demori, ex-diretor executivo do portal The Intercept Brasil e responsável pela série de informações da Vaza Jato.
Demori foi o convidado especial na conferência de abertura do 22º Congresso de Ciência da Comunicação da Região Sul (Intercom Sul). O maior encontro de comunicação da região acontece na Universidade do Vale do Itajaí, no campus de Balneário Camboriú, e traz como principal pauta o combate à desinformação.

Após divulgar, com exclusividade, o vazamento de conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e o ex-promotor Deltan Dellangnol, além de outros integrantes da operação Lava Jato, o jornalista vive momentos conturbados quanto à sua segurança. Em janeiro deste ano, Leandro foi ameaçado enquanto passeava com a família em Balneário Camboriú, sede do Intercom Sul 2022. Em seguida a esses acontecimentos, tomou precauções para si e sua família, como visto nesta quinta-feira, 16, durante o evento, ao chegar acompanhado de seu segurança particular.
Durante a palestra, Leandro explica que sua vida mudou muito depois de tantas repercussões vindas do seu trabalho investigativo, como o seu isolamento social e a necessidade de ter proteção profissional. “Eu não desejo isso para ninguém”, afirma.
Em entrevista exclusiva ao Jornalismo Univali, mediada pelo repórter Thiago Facchini, Leandro explicou sobre a violência sofrida pelos profissionais da imprensa e citou o recente caso de seu companheiro de profissão e amigo, Dom Phillips, que foi morto no Amazonas. No decorrer da entrevista e da palestra, Demori mostrou sua revolta e tristeza com a perda de Dom, mas deixou claro que os jornalistas de todo mundo irão atrás da verdade e não irão se calar em meio à violência.
Não iremos sumir, saibam disso
Na conferência mediada pela diretora regional Sul do Intercom, Profª Dra. Christiane Finger, Leandro trouxe informações e dicas para os futuros jornalistas com o intuito de exercerem um trabalho cada vez melhor, mais real e verdadeiro com quem realmente precisa deste serviço, a população. Ele explica a importância de uma linguagem simples, transparência de processos, facilidade de compartilhamento e aproximar mais o jornalismo do mundo real da sociedade.
É hora de fazer jornalismo para as pessoas