No dia 1° de abril, o governador de Santa Catarina decretou quarentena em todo território estadual devido à pandemia do novo Coronavírus. Para não defasar o ensino, as aulas presenciais foram substituídas pelo método on-line. Assim, os professores se reinventaram e aprenderam a trabalhar com o novo normal. Porém, relatos de ansiedade e depressão, por parte destes, aumentaram consideravelmente, segundo um estudo realizado pelo Instituto Península.
Para Elisa Verzi, supervisora educacional na Escola Municipal de Educação Básica Educar, em Itapema, essa mudança foi um desafio que a fez buscar novos caminhos. Ela desenvolveu um trabalho com maior propriedade, aprendeu a conciliar tempo, serviço, e gerenciar o tempo para incluir nele rotinas diferentes das presenciais. A supervisora também afirma que devemos tirar um lado positivo dessa situação “ Acredito que, na educação, tivemos um ganho que demoraria mais ou menos uns dez anos, de aprimoramento. Emocionalmente nossas crianças tiveram um ônus muito grande. ”. Elisa explica o avanço tecnológico como algo positivo, que, entretanto, acarretou em uma sobrecarga emocional por parte dos alunos.
A psicóloga Sabrina Schlemmer explica que cada sujeito responde a essa mudança de maneira muito singular, porém, geralmente novas situações colocam as pessoas em estado de alerta. Para a psicóloga e a supervisora, o maior problema enfrentado é o aumento da carga horária por conta da dificuldade que os alunos estão tendo para aprender. Sem falar no salário reduzido que os educadores recebem no Brasil e a estrutura precária que muitos possuem para trabalhar.
O ensino à distância também virou uma grande questão para os pais dos alunos, que agora ficam o dia inteiro em casa. Para Renata Terme, empresária e mãe de Arthur Terme, aluno do 5° ano de uma escola particular, em Balneário Camboriú, a pandemia trouxe uma enorme dificuldade. Todos os trabalhos de Arthur tiveram que ser feitos com ela, que por muitas vezes não sabia responder suas dúvidas, e acabava recorrendo a pesquisas no Google. Houve também a necessidade de levar o filho constantemente para o seu trabalho, onde assiste suas aulas online. Renata, como a maioria dos pais, valorizou mais o trabalho e dedicação dos professores durante esse tempo de isolamento.
Para eles o futuro tende a ser incerto, sem expectativas das aulas retornarem presencialmente. Entretanto, a pandemia trouxe um avanço tecnológico enorme para educação e aproximou alunos e professores, que mesmo afastados se uniram e tornaram as aulas mais didáticas e eficientes. Como, por exemplo, na escola de Arthur a câmera fica obrigatoriamente ligada, como modo de respeito e atenção ao professor.
