Casa em contêiner vira alternativa prática de moradia

Estruturas de transporte podem se transformar em imóveis e são mais ecológicas
Sustentabilidade, economia e criatividade são os diferenciais da casa em contêiner. Atualmente, a casa de alvenaria vem sendo trocada por uma solução prática e diferente. A moradia em contêiner ganhou força por ser um projeto sustentável. O que era antes utilizado para transporte marítimo, agora ganha a função de lar.
O novo estilo de moradia também pode ser mais econômico que uma casa convencional, além de ser uma obra limpa, sem resíduos de construção. A casa também pode ser construída em partes, como Lego, e tem durabilidade acima de 50 anos, segundo a empresa Soluções Containers, de Itajaí. A parte mais difícil, de acordo com a empresa, é a instalação. Em alguns terrenos, o acesso é mais complicado para o guindaste, mas, ainda assim, é uma casa desmontável que pode ser levada para qualquer lugar.
O engenheiro ambiental Tiago Galafassi, 34, mora hoje em um contêiner. Ele sempre teve interesse e curiosidade nesse tipo de casa e, finalmente, pode realizar um sonho. Quando encontrou a dificuldade de morar em uma cidade e trabalhar em outra, começou a pensar em alternativas de construir um ponto de apoio entre os dois lugares. “Eu passei por uma empresa que fazia contêiner em Itajaí e na hora meu olho brilhou e pensei ‘é isso que eu quero’”, conta Tiago.
A casa do engenheiro é um único contêiner de 12m x 2,50m e, com todas as ideias na cabeça, ele contratou uma arquiteta que o ajudasse no aproveitamento dos espaços. Tiago veio de uma casa grande e, no começo, foi difícil se adaptar ao lugar pequeno. “Você sente falta de espaço, mas é um lugar muito confortável e eu tenho tudo que preciso aqui”, comenta. O contêiner conta com um quarto, um banheiro, sala e cozinha integrados, além de tanque e máquina de lavar roupas.
“Otimização de espaços”, essa a frase da arquiteta Lydia Reis, 29, que teve o Tiago como primeiro cliente de projeto em contêiner. Bancadas multifunções, mesas retráteis e portas de correr, essas são as dicas da arquiteta. Não se pode economizar na criatividade. “Um projeto bem desenvolvido, completo e dimensionado, evita futuros transtornos na execução”, comenta Lydia.
Na hora de listar as diferenças encontradas em uma obra em contêiner para a de alvenaria, Lydia cita a agilidade. O que ela demoraria 6 meses em uma casa convencional, pode virar 2 meses no contêiner. De acordo com a arquiteta, a casa pode ficar versátil e bem confortável, só ter por perto um arquiteto ou engenheiro. “Pratique a lei do desapego”, completa Lydia.
Para Tiago, é muito gratificante pôr em ação tudo que aprendeu na faculdade. “Sempre estudei reaproveitamento e é um sonho realizar isso na minha casa”, comenta. “Eu me sinto muito feliz aqui”, conclui o engenheiro.