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Aumento na ocupação de hotéis gera expectativa em comerciantes de BC

Os comerciantes de Balneário Camboriú começaram a preparação para a primeira temporada com o relaxamento das medidas restritivas contra a pandemia do coronavírus, desde o verão de 2019. Com um aumento de aproximadamente 35% na ocupação dos hotéis em setembro com relação ao mesmo período do ano passado, a expectativa para a recuperação da economia local é boa. A busca por funcionários para completar a equipe, consequentemente, é grande, mas como afirmado pelos estabelecimentos e pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú e Região (Sindisol), está difícil achar mão de obra na cidade. 

De acordo com Marcos Schroeder, fornecedor e representante da Maxipolpas, as empresas não estão abastecendo o suficiente para a temporada deste ano. “Hoje o fluxo de caixa da maioria dos clientes é baixo, então compram apenas o que acreditam que vão vender em um curto espaço de tempo”. Ele completa afirmando que o grande receio por parte dos empresários é por conta da perda do poder de compra em função da inflação de parte dos consumidores e pelo alto nível de desemprego. A taxa de desemprego em junho deste ano, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), está em 13,7%. 

Lucca Maia e Bianca Bueno, proprietários do 440 Bebida Café, no calçadão da central, afirmaram que pretendem contratar mais dois ou três funcionários para a alta temporada, mas está difícil achar os profissionais. Acreditam que a temporada deste ano será melhor ainda que a de 2019. O aumento de 35% informado pelo sindicato foi notado por eles. Setembro e outubro foram meses que superaram as expectativas de vendas. Seus receios são nos altos preços, por conta da inflação, e da possível falta de mercadorias.

“Existe muita oportunidade no momento, porém, está difícil encontrar mão de obra. [Os trabalhadores], por causa da pandemia, voltaram para sua terra natal, montaram seus próprios negócios ou estão em outras áreas de trabalho”, explicou Marco Rodrigo Haendchen Vieira, conselheiro fiscal do Sindisol. 

Temporada mais curta

O Sindisol trabalha com a pesquisa da ocupação de hotéis do mês anterior, sendo assim, a pesquisa divulgada mostrou que em setembro deste ano a ocupação foi de aproximadamente 62%, um aumento de 36% comparado com a taxa de 26% de setembro do ano passado.

Pablo Parobé Pontes trabalha no departamento comercial da Rede de Hotéis Pires, que engloba seis hotéis em Balneário Camboriú e dois em Itajaí. Segundo ele, todos os finais de semana de setembro e outubro tiveram lotação máxima em BC. Ao todo, com as duas cidades, a rede possui 952 quartos, com uma média de três pessoas por quarto, seriam 2.856 pessoas, quando há lotação máxima. 

Marco Rodrigo, do Sindisol, comentou também sobre os países vizinhos do Brasil na América do Sul. “Como ainda está difícil viajar para o exterior e o valor do dólar está alto, a tendência é que tenhamos muitos brasileiros em nossa região”. Ele completou falando de uma possível temporada mais curta, por causa da falta dos turistas do Mercosul. “Baseado nos dados históricos com a falta do turismo do Mercosul a temporada vai apenas até o Carnaval”.

Davanir, mais conhecido por Joca, proprietário do Mega Restaurantes em BC, trabalha com almoço e jantar à la carte. Seu restaurante costuma receber as excursões dos argentinos e paraguaios e contou que está preocupado que esta temporada não seja tão boa quanto a de 2019 por conta das fronteiras ainda fechadas. “O brasileiros vamos ter, mas o meu caso, preciso que a janta seja tão boa como o almoço e para isso preciso do público da Argentina e Paraguai. Se eles não vierem vai ser complicado”.

Quanto ao receio de compras ele comenta ser complicado, pois como a situação financeira está instável, pelo ano parado, não está conseguindo fazer um grande estoque e muitas vezes acaba comprando por semana, que é ainda mais caro. Seu restaurante conta com 16 funcionários e para a alta temporada pretende contratar cinco ou seis novos. 

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