A prática esportiva é um meio de manter a qualidade de vida na fase adulta, contudo, para crianças, o esporte é um meio de se manter saudável além de prevenir doenças.
Ter uma rotina de esportes é um grande benefício para qualquer idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática de exercícios é um meio de controlar doenças cardíacas, diabete e até mesmo alguns tipos de câncer. Contudo, enquanto em idades mais avançadas os esportes controlam doenças, ter uma rotina de exercícios desde novo pode evitá-las.
Assim como a OMS, a agência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reafirma a importância do esporte para crianças. As organizações afirmam que os exercícios para as crianças, além de um direito, é um meio de prevenir doenças crônicas, melhorar a coordenação motora e cognitiva além de também auxiliar na saúde mental dos pequenos.
Desde pequeno no meio esportivo, o ex-jogador profissional e atual treinador de futebol na escola Flamengo Itajaí, Pedro Diedrich (22) fala sobre como a prática esportiva o auxiliou. Sempre muito agitado, o futebol era um meio de descarregar tanta energia acumulada além de ajudar no foco e disciplina. Segundo o treinador, a prática esportiva na infância, além de muito benéfica para a saúde, é um meio de incentivar a socialização e outras habilidades pessoais: “O esporte te ensina vários conceitos, como disciplina, organização e continuidade. Fazer o mesmo treino vários meses seguidos, por exemplo, é uma forma de demonstrar disciplina”.

Enquanto o treinador Pedro trabalha esses e outros ensinamentos, seus alunos se divertem. Yorran Rafael Gonçalves Martins, de apenas quatro anos, pratica o esporte porque gosta dos amigos que estão com ele. Contudo, para a mãe de Yorran, Adriana Martins, o esporte é muito mais que apenas um meio de diversão. Ela conta que a pandemia trouxe um período de muito isolamento para seu filho e que o futebol foi um meio de incentivar mais a convivência com outras crianças e despertar a socialização: “Ele mudou bastante, no primeiro dia ele não queria se misturar, mas agora também ele já entrou em campo”.
De acordo com um estudo publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde (RBAFS), crianças que não praticam esportes na infância optam por atividades mais sedentárias. O estudo revelou que as crianças praticantes de esportes físicos passam mais tempo a maior parte do seu tempo livre nas instalações esportivas. Para aquelas que não possuem uma rotina de atividade física, fica a preocupação do que as atividades sedentárias representam. O IBGE revelou que apenas 43% das crianças brasileiras fazem mais do que 300 minutos de atividade física por semana.

Com apenas nove anos, Gabriela Serpa Goulart é um exemplo contra o sedentarismo. A pequena é praticante de Jiu Jitsu e faz parte do Projeto Criar da Escola Sesc. Para a mãe de Gabriela, Perla Serpa, os esportes trouxeram muitas diferenças na vida da filha, deixando ela mais alegre, disposta e com um sono melhor, além de aprender a lidar com as emoções geradas por vitórias e derrotas.
Ao longo de sua trajetória como jogador profissional, Pedro conta que uma das aprendizagens que o esporte lhe trouxe foi a de lidar com as experiências que a vida proporciona. “Eu já tinha vivido muitos altos e baixos dentro de campeonatos, vitórias, derrotas, lesões e tudo mais. A pessoa acaba aprendendo que tudo vai passar e acaba ficando tranquila com o futuro”, relata o ex-jogador.