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Games online: Audiência de streamings cresce durante a pandemia

Com anúncios e inclusão, as transmissões de games online agora fazem parte da rotina de jogadores pelo Brasil.

Nos últimos anos, o mercado de games cresceu no Brasil. A Twitch, maior plataforma de streamings do mundo divulgou nas redes socias que a audiência das streams cresceu 100% desde março, apenas no Brasil. Com isso, a indústria de transmissões de games pegou carona nesse movimento, se tornando parte da rotina diária dos gamers. As streams são um segmento em ascensão, potencializado ainda mais pela pandemia. Seja uma stream de IRL (sigla em inglês para “Vida Real”) onde o streamer apenas conversa com o chat ou de algum jogo recém-lançado, as streams crescem a cada dia.

O primeiro boom das streams aconteceu entre os anos de 2012 e 2013. Segundo o professor de Entretenimento Digital da Univali André Vailati, alguns fatores ajudaram na disseminação das transmissões. A facilidade de acesso pelos dispositivos móveis, disponibilização de pontos para acesso sem fio e o aumento da velocidade da Internet são exemplos. “Esses são fatores importantes para a popularização desse tipo de transmissão, o que veio a ser potencializado com a pandemia”.

Com esse crescimento, o streamer itajaíense de 25 anos Renato Costa se aventura por esse novo mercado. Com o apelido de “AstraSlade”, ele transmite lives de RPG, mas principalmente o MOBA (sigla em inglês para Arena de Batalha Multijogador Online) League of Legends. Apelidado de “Lolzinho” nas transmissões, é o jogo com maior audiência nas plataformas de streaming, além de ser o esporte eletrônico mais popular do mundo. Renato era apenas mais um espectador de transmissões do jogo: “Depois de certo tempo comecei a fazer transmissões pra amigos e assim foi indo…”, afirma.

Renato transmite streams na Twitch. Fundada em 2011 como um spin-off da Justin.TV, foi comprada pela Amazon em 2014 por 970 milhões de dólares. Segundo André Vailati, essa aquisição foi importantíssima. “Ter ao lado uma das maiores empresas de tecnologia, especializada em streaming e inteligência artificial, faz uma grande diferença”. Além disso, o fator remuneração também é primordial para o streamer.

Fato interessante é a inclusão que o meio proporciona. Alguns streamers fazem transmissões na madrugada no intuito de capturar audiência de quem tem insônia, ansiedade e depressão. Um desses é o Gaules, jogador de CS com 1.9 milhão de seguidores na Twitch. Com uma história de vida marcante, Gaules é referência no meio, opina André. “Ele é uma figura conhecida no meio. Como as pessoas gostam de uma boa história, a dele acabou sensibilizando muita gente”. André afirma também que, aliado a isso, jovens com insônia e depressão veem nele um amigo com quem podem contar, inclusive superando fases extremamente ruins de suas vidas.

Além disso, marcas aproveitam o crescimento do setor para fazer anúncios. A estudante do Ensino Médio Jullia Jargas fez das transmissões parte de sua rotina. “Vejo de uma até uma hora e meia de stream por dia”. Ela prefere as transmissões de react – onde o streamer assiste algum vídeo e o espectador assiste à reação dele. Marcas como a própria Amazon usam desse artifício para anunciar produtos.

O streamer Alazonka por exemplo, fez um react patrocinado da série The Boys, recém lançada no serviço Prime Video. André explica que esse movimento é “o famoso não existe almoço grátis”. As plataformas de streaming são um espaço para anunciantes. Quando alguém transmite uma live jogando, está direta ou indiretamente anunciando aquele jogo.

Esse novo segmento veio para ficar. Potencializado pela pandemia, as streams fazem parte da rotina de boa parte dos jovens. A cada dia surgem novos streamers inovando, interagindo e anunciando. Um novo tipo de mídia que quer dar entretenimento ao espectador, proporcionando números ilimitados de opções.

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