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Atleta catarinense é pentacampeã brasileira no lançamento de martelo

Mariana Grazielly Marcelino é a primeira atleta brasileira a chegar à final pan-americana da modalidade

Atual bicampeã sul-americana no lançamento de martelo, a atleta joinvilense Mariana Grazielly Marcelino coleciona títulos e recordes no atletismo. Sua última conquista foi o pentacampeonato no Troféu Brasil Caixa de Atletismo, que aconteceu entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, em Bragança Paulista (SP). “Ganhei, mas não foi minha melhor marca”, destaca ela que é dona do atual recorde brasileiro, que é de 67,2 metros.

Medalha de ouro na competição, Mariana celebra também a participação expressiva nos jogos Panamericanos de Lima, no Peru. Apesar de não conquistar o pódio, pôde comemorar por ter sido a brasileira que chegou mais próximo dele na história da modalidade na competição, o 4º lugar.

Vila dos jogos pan-americanos (Foto: Arquivo pessoal)

Foi no Itapocu, uma pequena comunidade, de origem quilombola, no município de Araquari, que ela começou a demonstrar interesse pelo esporte. Mariana morou lá dos sete aos 13 anos, com sua avó materna, pois sua mãe, que é professora, precisava trabalhar.

Sanderlei Luís Conceição é professor e conheceu a atleta nessa época. Ele lembra que ela era muito ativa. Quando acompanhava a mãe no trabalho participava de todas as aulas de educação física.  Nessa época o interesse eram outras modalidades, mais comuns entre as crianças e adolescentes: o futsal e o vôlei. “Nem sabia o que era atletismo. Fui conhecer somente em Joinville”, revela.


O martelo chega a pesar quatro quilos, e é comporto por uma bola metálica fixada com um cabo de aço e uma alça para o atleta segurar. Ele pode atingir até 110 km/h (Vídeo: Arquivo pessoal)

Depois de retornar para sua cidade natal, ela conheceu o atletismo e começou a se destacar na prática do esporte.  Em 2006 conquistou o primeiro lugar no Campeonato Estadual Mirim, no lançamento de peso, que era a sua modalidade principal.   

Em busca de melhores condições de treinamento e para se dedicar às competições, a atleta se mudou para São Caetano do Sul (SP), onde passou a praticar, como modalidade principal, o lançamento de martelo.

No detalhe base de concreto em que o atleta fica posicionado durante o lançamento. Ele não pode sair da base antes que o martelo tenha tocado o chão após o voo (Foto: Arquivo pessoal)

Foi treinando na cidade paulista que ela conquistou seus principais títulos: o pentacampeonato brasileiro e o bicampeonato sul americano. Confederada em equipes como BM&F Bovespa, Orcampi/Unimed Campinas e B3 Atletismo, em 2018 enfrentou uma dificuldade que muitos esportistas brasileiros, mesmo de alto rendimento, enfrentam.

A nova política de sua equipe, a B3 atletismo, encerrou o apoio à modalidade e Mariana voltou a integrar a Orcampi. Porém o fechamento do centro de treinamento  fez com que a atleta bancasse com recursos próprios uma viagem para a Espanha e Eslovênia, para competir e treinar.

A dificuldade em conseguir patrocínio tem dificultado a vida de muitos atletas. “Na verdade, com o fim da antiga equipe B3 (BM&F Bovespa) que era a principal equipe de atletismo no Brasil, muitos atletas ficaram desamparados e tiveram que parar. A questão financeira está bem complicada”, complementa a atleta que, atualmente tem contado com parcerias para se manter no esporte.

O investimento em esporte, principalmente os menos populares, é pra ela uma questão que dificulta até mesmo a difusão de modalidades entre crianças. “Muitas vezes a criança desiste do esporte por não ter conhecimento de outras possibilidades. Sem contar a questão psicológica e física, porque nem sempre eles vão se tornar profissionais mas, poderão usar o esporte para sua vida”.

Mariana com a medalha de sua última conquista: o pentacampeonato brasileiro (Foto: Arquivo pessoal)

 O professor Sanderlei foi atleta de alto rendimento no atletismo e conta que precisou parar o esporte para trabalhar e concluir a faculdade. “Infelizmente o pouco investimento no esporte amador de nosso país, tanto do poder público, quanto da iniciativa privada, dificulta muito a vida e as condições de treinamento de nossos atletas”.

Agora a próxima meta de Mariana são as Olimpíadas de Pequim, em 2020. Após um período de férias em Santa Catarina, a atleta volta a São Caetano, onde é treinada pelo técnico Jorge Marcos Rogério Carlos e inicia a preparação para a maior competição esportiva do mundo.

A maior arma de um guerreiro é o seu espírito.

Mariana Grazielly Marcelino
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