De bar a escola de inglês, o Challenge domina Balneário Piçarras e atrai turistas para cidade

Quem mora em Balneário Piçarras já deve ter ouvido falar no Challenge. Não é difícil reconhecer o nome, uma vez que eles dominam quatro áreas diferentes do empreendedorismo. Em 2003, os irmãos Alexandre e Luiz Garcia abriam o seu primeiro negócio sem imaginar o futuro que os aguardava.

A família Garcia compartilhou os sonhos e tirou do papel os seus planos. “Tudo começou em 2003 com a escola de inglês…”, conta Luiz Garcia, jornalista e irmão do idealizador do projeto. “Meu irmão, Alexandre, começou a se interessar por inglês, mas nunca gostou do método da escola que estudava. Então, decidiu criar a Challenge School com apostilas próprias e modelos de ensino dele”, explica.

Os irmãos colocaram os desejos e vontades dentro dos negócios. A família sempre gostou de reunir-se para ver clipes de música, comer e beber. Com essa ideia, resolveram usar o espaço que sobrava da escola de inglês para começar um novo negócio: Challenge Rock Cafe.

O objetivo dos Garcia era criar um lugar onde a música fosse valorizada. Ter uma experiência prazerosa, divertida com amigos e poder ouvir um bom rock. Em 2019, o negócio completa 10 anos. “Nas primeiras duas vezes as pessoas vêm pelo local, depois elas voltam pela música”, comenta Luiz.

“Tudo que a gente fez foi abrindo o coração e colocando nós mesmos nos negócios”, diz o jornalista. Nessa pegada, eles abriram mais outros dois negócios, Challenge FoodHouse, um restaurante, e Challenge Viagens, uma expansão da escola de inglês com intercâmbios. “É simples, gostamos de uma boa comida e gostamos de viajar. Juntamos o útil ao agradável”, comenta o idealizador.

De acordo com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a Taxa Total de Empreendedores (TTE) no Brasil atingiu 34,5%. Ou seja, 1 a cada 3 brasileiros entre 18 e 64 anos têm ou está montando um negócio. Apesar disso, 80% das micro e pequenas empresas desaparecem antes de completarem 1 ano, segundo dados da GEM. Com base nas estatísticas do IBGE, em torno de 60% das empresas fecham com menos de 5 anos.

“Como duramos em Piçarras? Acho que o nosso diferencial é fazer com amor”, conta Luiz. “Quando você faz algo porque gosta, você se dedica muito mais. Nossa prioridade não era dinheiro, era fazer algo nosso e se divertir com isso. O lucro vinha depois”, explica o jornalista.

De acordo com ele, o ponto positivo e negativo de trabalhar em família é que há uma ligação emocional muito forte e, às vezes, é difícil separar família de trabalho. “Mas nós temos a sorte de ser um empreendedorismo familiar. Acho que isso nos deu força para superar tudo”, conta Luiz.

O seu filho, Lucas Garcia, 19, vê a flexibilidade como a melhor parte de trabalhar em família. “É mais confortável de trabalhar, ter intimidade com as pessoas e poder ter disponibilidade de faltar ou se atrasar sem muitos problemas”, conta. A parte ruim é o excesso de convivência que acaba levando os conflitos do trabalho para a casa.

A filha de Alexandre, Ana Laura Garcia, 18, nunca trabalhou em outro lugar que não fosse o negócio da família. “Ouvindo meus outros amigos, vejo que sou sortuda de ter esse comércio familiar”, conta. “É incrível ter vivenciado tudo que eles passaram também. O estresse que foi o processo e a felicidade ao se concretizar”, relata Ana Laura.

Lucas está estudando arquitetura, mas não dispensa continuar investindo nos negócios da família. Ana também não pretende deixar de lado o nome Challenge e seu legado.

A melhor parte, conta Luiz, é a sensação de orgulho ao mudar a vida das pessoas. “Alunos saem falando inglês fluentemente e isso alavanca a carreira deles. Realizar o sonho de pessoas de viajar. E até mesmo, uma pequena mudança ao distrair ouvindo uma música à noite. Fazer a diferença”, explica.

Para aqueles que querem abrir o próprio negócio, Luiz aconselha a acreditarem poderosamente nas ideias e não se amedrontarem com os riscos. “Challenge significa desafio e representa muito o que passamos. Escolha o seu challenge e acredite de coração nele, que o sucesso vem de brinde”, conclui Luiz Garcia.