O Gigantão das Avenidas ficou pequeno diante da forte voz da torcida do Joinville, que, mesmo em menor número, marcou presença no jogo contra o Marcílio Dias, no último sábado (10), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro Série D, grupo A8.
Apesar do apoio, o JEC foi derrotado por 1 a 0 e viu o tabu permanecer: o time não vence no estádio Dr. Hercílio Luz desde 2019. A derrota também custou a liderança do grupo A8, que até então era ocupado pelo time de Joinville.
Logo após o hino nacional, a torcida organizada do Marcílio Dias, a Fúria Marcilista, deu início aos cânticos com seus instrumentos. No entanto, a torcida do Joinville, impedida de levar instrumentos por motivos de segurança, respondeu com vozes que ecoavam pelo estádio, além de levantarem um grande bandeirão.
O cenário, porém, não se manteve. A falta de confiança do time em campo parece ter silenciado os torcedores do JEC, enquanto os marcilistas dominaram o ambiente com apoio constante durante toda a partida.
O estádio recebeu 3.041 torcedores, com 550 ingressos disponibilizados para a torcida visitante. Horas antes do jogo, o Marcílio Dias informou que cerca de 400 desses ingressos haviam sido vendidos ao Joinville.
Dois torcedores do JEC relataram experiências distintas ao acompanhar o clube. Para Ruan Benvenutti, de 33 anos, assistir aos jogos fora de casa, especialmente contra rivais como Figueirense, Avaí, Criciúma e Marcílio Dias, é muito mais emocionante.
Já Reginaldo da Silva, 53 anos, torcedor desde 1973, prefere os jogos em casa. “Fora de casa tem muita pressão”, afirma. Ele também comentou sobre a rivalidade entre as torcidas: “A rivalidade existe por parte da torcida, porém deve ser deixada de fora a violência”.
Durante a partida, a Polícia Militar montou barreiras na Avenida Sete de Setembro, por onde a torcida visitante acessa o estádio. Apenas torcedores do Joinville puderam entrar por esse caminho, e nenhuma ocorrência de violência foi registrada, mesmo com a rivalidade histórica entre os clubes.
Ao fim do jogo, com a vitória do Marcílio Dias, a torcida marcilista entoou o cântico provocativo: “Olha que coisa linda, o Marinheiro comeu a bailarina”, em referência ao Balé Bolshoi, uma das companhias de balé mais renomadas do mundo, sediada em Joinville.
Mesmo com a derrota e as provocações, a torcida tricolor demonstrou lealdade e, na saída dos jogadores, voltou a cantar. Mais uma vez, o Gigantão das Avenidas ficou pequeno diante da voz da torcida do Joinville.
